Ah meus heróis, se não vieram a óbito, morreram por que não acreditam mais na suas causas.
Sou uma grande admiradora de revoluções, de homens, mulheres que dedicaram suas vidas por suas causas. Não irei me aprofundar no julgamento se a causa foi justa ou se é condizente aos meus dogmas e paradigmas, mas sim na coragem de defender seus propósitos. Tenho um rol de pessoas que colocaria na lista de personalidades incontestáveis. Nela não está incluso nenhum tipo de big brother, ou protagonista de novela das oito, ou algum ganhador de show de talentos importados dos EUA. Dedico à qualidade de herói, aos que realmente mudaram o mundo, que escreveram seus nomes na historia, que fizeram a historia mudar o rumo, ou que pelo menos tentaram.
Não seria plagio se dissesse que os meus heróis morreram de overdose. Todos os meus heróis, ou quase todos, morreram de overdose. Uns por overdose de vida, outros por overdose de inteligência, outros overdose de depressão, overdose de droga, overdose de talento, e outros simplesmente por overdose dos outros. Muitos deles são guerrilheiros, ou estão envolvidos com lutas armadas ou não. Desde guerras antigas e bem sucedidas, até confrontos recentes. Outros lutavam com seus talentos, muitos dos meus ídolos não músicos, músicos jovens.
Meus ídolos não são únicos, a maioria dos jovens anda gritando seus nomes por ai. Não tenho nenhum tipo de vergonha em dizer que meus ídolos são relativamente clichês. Mas não venha me convencer que eles não merecem minha admiração. Não me interessa o julgamento de terceiros, a mim, meus heróis são indiscutíveis e qualquer descrição que não seja essa é uma afronta. Eles carregam tudo que eu quero ser, ter uma ideologia e seguir isso, mesmo que custe a minha vida. Aprendi com eles que morrer de overdose é melhor que morrer sem dose alguma. Não sei qual será o excesso que me matará, mas sei que morrei por isso. Sei que algum algo mais, irá tirar a vida de uma pupila.
Não leio livros de auto- ajuda, mas leio biografias. Acredito que meus ícones me ensinam a viver, muito mais do que um ninguém que nada viveu e que dita às regras de um jogo. A vida é simples, alias a vida é única. O que é essencial a alguns é pura futilidade a outros, isso é fato, só gostaria de saber como um livro de auto- ajuda poderia solucionar o problema da individualidade. Meus ídolos solucionaram. Sou obrigada a reconhecer que muitos deles não fizeram nem metade do que poderiam, morreram no meio de sua luta. Mas e dai? Pelo menos eles fizeram metade! Tem gente que completou a vida, e nada de interessante fez! Antes viver por pouco tempo, do que viver pouco.
Não sei o por quê, mas o fato de entregar a vida a uma causa, me encanta, toma meu peito, me deixa extasiada. Parece que essa é a única razão de se viver, parece que a vida só pode valer à pena se essa for vivida para uma causa. Ainda não achei minha causa, confesso que isso me frustra, mas sei que quando encontrar, dedicarei toda minha força a ela até minha morte. É muito estranho esse paradoxo, ao mesmo tempo que meu corpo é envolvido pela magia de ter um motivo para lutar, que meu coração pulsa mais forte, minha respiração muda de freqüência, que minha mente viaja e se entrega a possíveis cenários, bate a realidade que é o presente. Não passo de uma sonhadora que posta em seu blog, coisas, algumas coisinhas, que gostaria de estar envolvida. Preciso encontrar logo a minha razão de lutar, estou louca para ouvir o avançar!