sábado, 9 de maio de 2009

Produzir X Viver

Viver ou sobreviver?
Fazer tudo igual sempre pode ser um sinal de que você apenas sobrevive. Não participar ativamente de sua vida, apenas sentir os dias passando. Percebendo, portanto, que iniciamos outro mês com as cartas com as faturas que chegam nos primeiros dias. Ou que este acabou, quando verifica o saldo, e percebe que o dinheiro está se esgotando. Verbalizar frases assustadas de como o ano passou voando, pode ser um sinal de que sua vida está acontecendo sem a sua participação, de que você está aceitando a carona dela para algum lugar que lhe é conveniente.
Na correria do dia, no peso das obrigações, na pressão do mundo, na necessidade de crescer e produzir, é quase um luxo parar por alguns minutos para nada fazer. Parar para ouvir o silencio, contemplar o escuro, sentir a respiração basal, é quase um afronto inescrupuloso da moral e bons costumes, é a maior prova de desocupação humana.
E o cabe a nós fazermos?! A revolução! Assim como qualquer maquina, precisamos de minutos, quem sabe horas de descanso. Precisamos que nossas mentes parem por alguns minutos de trabalhar em sua potencia máxima. O ócio é necessário, e isso todos nós sabemos. Não deveriamos ter vergonha em assumir que deixamos um tempo reservado para o ócio.Alias se é que deixamos. Essa gana em produzir, de ser sempre melhor, pode acabar nos levando ao tédio e a inutilidade.
É preciso um tempo para pensar em coisas boas, momentos para criar sonhos.É preciso que haja relacionamentos entre os animais, precisamos estar mais em contato com a natureza, precisamos entender tantas coisas ocultas. Temos tantas obrigações ao longo do dia que, quando conseguimos ouvir o simples cantar de um bando de pássaros, paramos para ouvir a sinfonia, sentindo um prazer indescritível nela. Assim como quando vemos o luar, ou o pôr-do-sol, coisas tão triviais, mas tão raras de se perceber.
Uma sociedade formada para produzir, para conseguir subsídios para manter-se vivo,esse é o mundo que estamos inseridos,e se não soubermos como se manter, entraremos no estado vegetativo. O desemprego surge como um câncer que logo se espalha por todos os aspectos da vida de uma pessoa. Essa ganha um novo apelido, uma nova descrição: o novo desempregado. Não possui mais nome, é o desempregado. Não tem mais ocupação, é o desempregado. Não é mais o pai de família, é o desempregado. Não é mais quem sempre sonhou em ser, é o desempregado. Aquele que nada ajuda na sociedade, aquele que nada produz, que nada pode ter, que nada pode fazer,aquele que não possui mais carteira assinada, sim , aquele que nem percebe os dias passarem, pois nem cartas de contas a pagar ele recebe,só comunicados de sua dividas sem previsão de quando serrão quitadas. Nada de saldo novo no começo de mês, nada para diferir o começo e o final do mês.Este só sente os dias passando, sem entender a magnitude disso.
Precisamos viver mais, precisamos entender o que o tempo, a vida nos reserva, precisamos ter dignidade para saber distinguir as horas que passam. As horas que passaram não retornaram , mas procure entender as hroas que virão, procure aproveitar sua vida, participando ativamente dela, não somente cumprindo sua carga horária. Bater cartão nem sempre é tão prazeroso assim.

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