segunda-feira, 6 de julho de 2009

“ Mas, calma, deixa eu ver, ..... , ahh sei lá, ... é mais ou menos isso, deu pra entender?!”!

É impressionante como certas horas as palavras que são comuns ao nosso vocabulário nos fogem, ou não se enquadram naquilo que queremos dizer. Na verdade é que em certos momentos não sabemos como enquadrá-las, não sabemos quais devemos usar, como devemos usar, qual a entonação em dizê-las. E são nesses momentos que temos medo das interpretações entre linhas, dos sinônimos, do famoso "você quis dizer" ou "não disse isso, mas foi com esse sentido". Então enrolamos ao maximo, trocamos as frases bonitas e bem formuladas, por "tipos", " ah você entendeu" , "sei lá" , palavras que nada dizem e que nenhuma força de expressão possuem. Mas é fato, quando olhamos pro nada e paramos pra ponderar o que iremos dizer, não conseguimos falar nada, e nem temos a certeza de estarmos sendo claros.

É complicado, e acho, que "intreinavel" – comecei o neologismo-, uma vez que as situações constrangedoras,assim como o que devemos responder não é previsível, e muito menos treinável. Imagine que cena bizarra, você em frente aos espelhos brincando de ser entrevistado! Bizarro, inviável, e sem fundamento, mas é uma saída. Assim como encarar as perguntas e responde-las com gírias sem significado também é, isso também não diza de ser bizarro, inviável e sem fundamento.

O famoso travar, é ,travar mesmo. Não saber responder algo que não possui certo e errado, mas que pode transformar em certo e errado. Mesmo que nunca tenhamos parado pra analisar dessa forma, mas é , dependendo do que respondemos , seja com palavras, com atitudes, com olhares, com caras e bocas, com expressão corporal, estamos dizendo sim ou não. O pior mesmo é quando verbalmente contradizemos todos os outros modos de expressão, quando nossos olhos nos desmentem, nossa respiração nos trai, nossos sorrisos aparecem sem ser convidado, quando as pernas tremem de medo e seu rosto procura estar sereno. È um complô corporal, são mais do que palavras, são atitudes, gestos, coisas que não dominamos- pelo menos eu não-.

E o que fazer?! Dizer a verdade, correr, rir, mentir... Nesse momento parecemos um cachorro correndo atrás do próprio rabo, não há saída, é aquilo, e damos milhares de voltas. Faz parte da nossa condição humana, é o que caracteriza o ser humano, e sabemos muito bem que seremos assim pra sempre, afinal nascemos humanos e assim morreremos. Isso não é defeito, não é nenhuma dádiva, algumas pessoas confiam mais em si mesmas, e não possuem tantos problemas em dizer, outras realmente não conseguem, e daí!? Quem está certo, quem está errado!? Ninguém! O fato é, alguns são mais ponderados, outros não ligam muito, uns são mais objetivos, outros mais românticos... E às vezes mudamos nossa maneira de responder pela característica de quem estamos conversando, a maneira como esse interpreta o mundo é o que irá ditar a nossa forma de conduzir a conversa. E ai, como iremos treinar isso!? Como iremos nos aperfeiçoar para não engasgar, não travar? Chegamos ao ponto! Esse ponto : " Mas, calma, deixa eu ver, ..... , ahh sei lá, ... é mais ou menos isso, deu pra entender?!"

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